domingo, 11 de julho de 2010

Sobre o ciúmes

Existe uma crença muito bem arraigada entre os humanos que o cão (ou gato) necessariamente terá ciúmes do bebê quando ele chegar em casa. Dez entre dez leigos, principalmente os palpiteiros de plantão que encontramos aos montes na rua, falam que "o cão sempre tem ciúmes, não tem jeito. Fulano teve filho e o cachorro dele atacou o bebê e precisou ser doado; a cachorra de ciclana teve que viver presa porque rosnou pro bebê; assim que beltrana engravidou, seus cães ficaram agressivos com ela e ela os abandonou" e por aí vai.

São comentários que assustam as mais desavisadas ou que não procuram entender um pouco sobre comportamento canino, afinal, qual mãe quer que algo de mal aconteça com seu bebê? Nenhuma!

Mas então, o cão sempre sente ciúmes? A resposta é simples: Não. O cão não sente sempre ciúmes, principalmente se os donos, assim que se descobrem grávidos, fazem as mudanças na rotina do cão gradativamente, e não assim que a mulher volta da maternidade com o bebê nos braços.

O que fizemos em casa? Assim que nos descobrimos grávidos, conversamos sobre o que a Suzie poderia ou não fazer em casa. Chegamos à conclusão de que ela poderia fazer tudo o que sempre fez: deitar no sofá e nas camas (exceto no berço, claro, apesar dela já ter entrado nele por curiosidade, quando o montamos - mas não gostou porque não conseguiu sair e ele balançava muito...); entrar em todos os cômodos; participar ativamente de nossa vida. Não mudaria muita coisa. Mas, mudou alguma coisa? Sim, mudou, mas não muito. O que mudou, mas foi feito de forma gradativa, foi que o passeio da tarde, que era tão longo quanto o da manhã, ficou um pouco mais curto: de 20 a 25 minutos, ao invés dos 40 a 50 minutos. A mudança foi feita de forma gradativa também, bem como o aumento do passeio da tarde: depois de eu me adaptar a levar a Letícia no sling junto com a Suzie, os passeios voltaram a ser longos. Hoje, tudo está como antes da Letícia ter nascido.

Quanto ao medo da Suzie ser agressiva com a Lê, não o tivemos, principalmente porque trabalhamos muito a socialização dela com crianças, desde o primeiro dia em que ela chegou em casa, bem como trabalhamos a obediência dela (hoje ela tem obediência avançada). O convívio entre as duas é excelente, não temos receio de nada, são super amigas, mesmo!

Meu conselho para você que está grávida ou que já tem um bebê em casa e quer que seu cão continue sendo membro da família é: aprenda sobre cães; não o deixe isolado só porque o bebê nasceu; não o prive de carinhos; associe o bebê a coisas excelentes (no nosso caso, associamos a Letícia a petiscos, passeios e carinhos); se for preciso mudar alguma coisa na rotina do cão, mude desde o início da gestação e de modo gradativo; se seu cão tiver algum problema com agressividade, consulte um comportamentalista; treine obediência com seu cão; socialização é importantíssimo e, não menos importante, trate o cão da mesma maneira que era tratado antes da chegada do bebê: com toda certeza serão amigos pra vida!

Obs.: Além deste post, escreverei outros dedicados à relação cães e bebês / crianças que acho fundamentais existirem aqui no blog, além de minhas experiências como mãe. E, como uma imagem vale mais do que mil palavras, seguem fotos mostrando que nunca houve o mínimo de ciúmes ou agressividade por parte da Suzie.
Suzie dando um beijinho na Lê
Tirando uma soneca (estávamos nós 3 na cama, dormindo, mas acordei e tirei uma foto das duas meninas)
Uma mais recente, a Lê tentando abraçar a Suzie, mas entretida demais com Charlie e Lola =P

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