Passear com as duas sempre é divertido. Primeiro, porque algumas pessoas devem pensar que eu sou uma maluca lunática por não usar carrinho, já que uso o sling. Segundo, porque eu levo a tiracolo minha primogênita, a nossa Whippet Suzie. Ela vai sossegada ao meu lado, sem puxar, sem encrencar com ninguém, bem comportada.
Letícia vai olhando as árvores, os carros, outros cachorros, as pessoas, pombas, flores. De quebra, ela toma um solzinho e ainda leva uma flor pra casa, sempre.
Mas, depois de uma matéria meio infeliz sobre o sling em uma revista, algumas pessoas agora me taxam de mãe desnaturada porque, onde já se viu, andar com um bebê assim, vai se machucar toda, machucar o bebê e outros absurdos mais. Isso que dá fazer matérias baseado não em dados concretos, mas em dados pessoais. Outro dia ouvi que eu sentirei muita dor na coluna andando daquele jeito; que a Letícia ficaria infeliz; que ela se sente presa. Ai ai ai... meu ouvido não é penico.
Primeiro: o peso é distribuído em todo o corpo, eu não sinto peso nas costas, nem em lugar algum. Principalmente se ela está bem sentadinha, de acordo com a idade.
Segundo: a Letícia não se sente infeliz, pelo contrário: sorri, vai cantando, apontando as coisas que vê pelo caminho, fazendo carinho em mim e recebendo carinho também.
Terceiro: Presa? Pra mim, bebês que passeiam em carrinho é que ficam presos, sem contato com a mãe, distante do calor humano. No sling os bebês/crianças se sentem aconchegados no colo da mãe (com a vantagem de nós não ficarmos com os braços cansados); sentem seu cheiro; têm contato físico e visual; podemos cantar, embalar e conversar com eles; eles podem mamar enquanto estão no sling; se deitados, dormem (quantas vezes isso já não aconteceu?!); ficam protegidos do vento e do frio; são estimulados pelo nosso toque. Nossa, são inúmeros benefícios, não só para eles mas, como mães, quem mais importa são nossos bebês, nossos filhos.
“Nossa, mas você ainda consegue levar o cachorro?” Bom, não é cachorro, é a Suzie hehehehehe. Sim, consigo, não tá vendo? E ainda cumpro meu dever de cidadã, recolhendo suas caquinhas.
As duas precisam desses passeios; as duas precisam de mim pra cuidar delas; eu gosto destes momentos juntas; nós três gostamos de sair do apartamento, mesmo que façamos o mesmo caminho todos os dias (porque, infelizmente, existem muitos “propriotários” que não levam seus cães para passear na coleira e na guia, mas os soltam na rua. E eu não tenho como proteger todo mundo desses cães soltos se eles resolvem encrencar. Aí, passo nos caminhos onde não tem esse perigo.
Muitos acham que faço um sacrifício daqueles. Sinceramente, eu não encaro como sacrifício, nem como obrigação. Encaro como um momento único, que não tem volta; um momento onde eu passo com as duas, livre de compromissos; um momento de lazer; um momento de interação; um momento de passeio em família.
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