terça-feira, 10 de março de 2009

Nova Seção: Perguntas e Respostas

Oi pessoal, tudo bom? Recentemente recebi a primeira dúvida de uma leitora do blog. Achei o máximo, adorei. Quem quiser mais dicas, ou tiver dúvidas, já sabe: é só me mandar um e-mail (galadrielfu@yahoo.com.br) que sua dúvida virará um post aqui no blog! Vamos agora à resposta que dei pra Rosângela, que perguntou várias coisas, mas dei mais ênfase no medo que ela tem de seu cachorro poder vir a morder seu filhinho de um ano.

Vamos inaugurar a seção “Perguntas e Respostas” com a dúvida de uma mãe, a Rosângela.

Rô, ao que parece, seu cãozinho é muito dominante. Pelo seu e-mail deu para perceber que não são vocês quem mandam, mas sim, ele. Isso pelo fato de ele já ter mordido a você e a seu marido. Claro que os cães têm aquele momento de desafiar o dono, que é por volta dos 8 meses de idade, ou um pouco mais, e rosnam e tentam morder. Se ficarmos com medo e nos afastarmos nessa hora, pronto: o cachorro acha que manda em nós. E a situação pode ficar cada vez pior. O ideal é que vocês revertam essa situação, mostrando que vocês é quem mandam na casa. Para isso não é preciso gritar e muito menos bater no cachorro (já falarei sobre isso mais abaixo), mas pequenas atitudes mostram que estamos no comando:

  • comer primeiro

  • não fazer carinho quando o cão quiser, mas quando nós quisermos

  • não deixar o cão puxar nos passeios (já comentarei sobre isso também)

  • não permitir rosnados muito menos mordidas

  • se o cão quiser alguma coisa, ele deve nos obedecer primeiro, por exemplo: ele quer comer, só se sentar e esperar; quer brincar, deite e dê a pata; e assim vai.

Nunca brigue com o bebê, por ele tentar mexer no cão. Seu cãozinho pode achar que ele manda no bebê e o resultado pode ser desastroso. Se você receia, tire o bebê de perto do cão sem fazer estardalhaços. Preste atenção na linguagem corporal do seu cão, para ter uma ideia de como ele irá reagir com os cutucões do bebê.

Assim que pegamos a Suzie, já tínhamos intenção de ter filhos. Por isso, fomos acostumando-a a ter a boca manuseada; ser puxada pelo rabo e pelas orelhas; deixar que tocássemos nela enquanto comia e bebia, assim como deixar que tocássemos e até tirássemos sua comida, ossos e brinquedos da boca. Ou seja, a acostumamos com TUDO que uma criança pequena gosta de fazer com os peludos. Claro que eu não deixo que a Letícia a puxe, nem que a importune quando está dormindo, mas a Suzie precisava aprender isso, assim como TODOS os cães devem aprender: isso os torna mais calmos, pois sabem que nós somos os “líderes” da matilha.

O fato do cachorro pular em vocês, latir, é tudo para chamar a atenção. Dar broncas não resolve, só piora, pois a bronca é a tão sonhada atenção que ele deseja. O melhor, neste caso, é ignorar. É difícil? Pra caramba! Mas é a única coisa que funciona.

Quando seu cão age assim, vocês devem ignorar e só dar atenção quando ele se acalmar. Uma dica: nunca pensem “eu não quero que meu cachorro pule quando vou sair/chegar” mas sim “o que eu gostaria que meu cão fizesse quando eu saísse/chegasse?”. Percebeu a diferença. Ensine seu cão a sentar, pegar um brinquedo, ou qualquer outra coisa que, para vocês, seja o melhor comportamento nestes momentos. E só dê atenção nestes casos.

Eu também moro em apartamento e passeio de três a cinco vezes com a Suzie. Em um dos passeios, andamos de 45 minutos a uma hora. Nos outros, variam de 10 a 40 minutos. Mas sempre o passeio de manhã sendo o mais longo de todos e o da tardinha o segundo mais longo.

Só que não adianta apenas passear com o cachorro se não soubermos dominar a caminhada. Como assim? Simples: o cachorro não pode, em hipótese alguma, nos puxar e nem decidir pra onde ir. Quem decide onde ir, quando parar, onde o cachorro pode cheirar e fazer as necessidades (sempre recolhendo depois, afinal, ninguém gosta de pisar em m*** dos outros, não é mesmo?!). O cachorro deve andar com a guia frouxa, ao nosso lado ou ligeiramente a frente ou atrás de nós, mas nunca nos puxando. Se não, de nada adiantam os passeios: o cão só se cansa, mas não aprende nada de matilha, de liderança e, pior ainda, acha que está no comando (já reparou que a maioria dos cães que puxam os donos nas ruas são bravos, podendo até morder os donos?).


Quanto a bater, NUNCA é uma opção. Primeiro: o cão pode achar que estamos brincando e achar uma brincadeira muito divertida. Segundo: ensinamos ao cão que pode-se usar de violência física contra o mais fraco (ou seja, o homem bate no cachorro pra mostrar que ele é mais forte: o cachorro, como se impõe sobre a mulher e os filhos deste homem, usa da mesma tática, ou seja, os morde para mostrar que é o mais forte – já pensou?). Terceiro: você ensina ao seu filho que bater em um animal, em alguém mais fraco, é bom, já que papai e mamãe fazem. Aí, ele pode vir a bater no cachorro (e ser mordido depois), nos coleguinhas, irmão mais novo..

Bom, Rô, acho que me estendi demais. Tenho um blog dedicado só aos animais e lá tem muita coisa sobre adestramento e comportamento caninos. Dê uma olhada em http://cantodosbichos.blogspot.com. Se precisar de alguma ajuda, estou à sua disposição.


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