quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Cães e Crianças

O texto abaixo foi retirado do blog da Victoria Stilwell e foi traduzido e adaptado por mim, portanto é proibida a cópia total ou parcial do texto. Apenas a divulgação do mesmo será aceita.

Boa leitura e eduquem-se!

Não Precisa Acontecer...

Victoria Stilwell nos brinda com mais um artigo. Desta vez, ela discorreu sobre um fato que ocorreu em Jacksonville, Florida, onde o Pit Bull da família atacou e matou o segundo filho do casal, de apenas quatro dias. O animal foi levado pelo CCZ e sacrificado no dia seguinte.

A família disse que o cão sempre foi muito amigável e nunca houve qualquer sinal de agressividade, nem mesmo contra o outro filho do casal, de quatro anos. Agora, querem investigar o que determinou o ataque e se o cão mostrou algum sinal de aviso. Victoria diz que uma coisa não passa pela mente das pessoas: por que a parte mais importante do caso foi “destruída” tão rápido? Você pode falar com os pais, amigos e vizinhos. Ouve as pessoas do CCZ falarem que o cão era muito agressivo. Bom, e quem não ficaria agressivo se um bando de gente estranha viesse te pegar? Se fosse com você, não se assustaria e reagiria de forma agressiva também? Ela se pergunta: por que o cão foi eutanasiado sem antes ser avaliado por um comportamentalista? Sacrificaram o cão menos de 24h depois que o ataque aconteceu, então Victoria acredita que ninguém foi avaliá-lo corretamente e, se alguém o tivesse visto, 24h não é tempo suficiente para fazer um teste de temperamento completo e avaliar o motivo pelo qual o ataque aconteceu. O cão pode nem ter se comportado de modo agressivo – pode ter sido estimulado pelos choros do bebê, que podem ter parecido com o som de um brinquedo e o cão foi brincar. Todos os “pode” e “se” são somente isto, pois o cão não está mais vivo para ser avaliado. Então, nunca se saberá o que de fato aconteceu.

Victoria esclarece: ela não quer dizer que o cão foi uma vítima e nem defende suas ações. Ela inclusive concorda que o cão deve ser sacrificado se for comprovado que é perigoso – depois de todos as avaliações possíveis e imagináveis feitas e mostrando claramente o quão perigoso é o cão. Mas, para se evitar mais tragédias como estas no futuro, deve-se descobrir o que acarreta um evento tão violento assim e sabermos porque os cães podem matar desta maneira. Pode ser cruel manter o cão vivo por muito tempo por causa do estresse dele estar longe da família e fazer avaliações em um abrigo, ou canil municipal, pode ser extremamente difícil por conta disso, mas, se um profissional é capaz de estudar este cão, ele deve dar informações valiosas para serem compartilhadas e usadas para prevenir futuros ataques.

Educação é a palavra-chave. Muitas crianças são mordidas ou até mesmo mortas pelo cão da família e já é hora de espalhar a mensagem sobre segurança e responsabilidade no quesito crianças e cães. Cães e crianças não devem ficar sozinhos, sem supervisão, NUNCA! Deixá-los sozinhos é receita para um desastre acontecer. Ficar junto quando os dois estão brincando e separá-los quando não se pode mais supervisioná-los é algo que deve ser feito SEMPRE. Siga esta regra simples e bebês e crianças ficarão seguros e felizes com seu cão de estimação. A vida muda quando o bebê chega em casa e certos ajustes precisam ser feitos para que todos da casa – incluindo o novo bebê e o cão – estejam seguros e protegidos um do outro (sim, as crianças podem machucar os cães também).

E para aqueles que acham que os Pit Bulls sejam banidos, isso não adianta em nada! A Inglaterra, outros países e certos estados dos Estados Unidos baniram os Pit Bulls e raças assemelhadas há décadas e crianças ainda são atacadas por cães. E o que é pior: os números de casos só aumentam. Banir raças não resolve o problema. É preciso focar nos donos dos cães e na sua responsabilidade de cuidar deles. Vamos nos concentrar na ação e não nas raças e nos educar (e aos outros) para manter nossos filhos seguros perto de nossos cães. Afinal, não são todos parte da família?

Foto: Suzie e Letícia brincam juntas, sempre sob supervisão. Por mais que o cão seja bonzinho, não se deve confiar deixá-lo só com uma criança.

4 comentários:

  1. Muito bom!! Especialmente o seu último parágrafo final. Porque educação é TUDO!!

    Bjs
    Carina

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  2. Ai que triste.
    Eu AMO pitt bulls... acho extremamente carinhosos, apertáveis e lindos.

    POREM como qualquer cão deve ser deixado LONGE de crianças sem que alguém não esteja disponível para ficar olhando para os dois sem tirar os olhos.

    Colocar um tão desse porte com uma criança e estar assistindo a tv enquanto os dois brigam é pedir pra dar merda.

    Vai que a criança aperta o focinho e doi... o cao dá uma mordiscada e já elvis...

    Muita irresponsabilidade desses pais.

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  3. Ótimo texto, Fulvia; não adianta pôr a culpa na raça, qualquer cachorro pode ser manso ou agressivo, dependendo de como é treinado. E se nunca deixamos um bebê sozinho sem supervisão, por que o deixaríamos sozinho com um animal? Bom-senso sempre...

    O triste é que essas histórias, se divulgadas incorretamente (ou pela metade) podem fazer pessoas se livrarem do cão quando chega um bebê, como temos visto acontecer por aí. Vocês são a prova de que crianças e cães podem conviver muito bem, e um ótimo exemplo de como fazer. Parabéns por divulgar essas informações corretas e úteis.

    Beijos!

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  4. Oi Carina, Tula e Cris!

    Infelizmente aqueles que pagam o pato são sempre os cães. Afinal, eles são sempre os malvados, né?! As pessoas ainda não se conscientizaram que os cães são animais e não pensam "a Aninha não entende que morder minha orelha dói, preciso ser paciente, não posso mordê-la". Se dói, o cachorro morde e pronto. No mínimo dá um latido e sai de perto. É preciso que os pais entendam que cães e crianças não devem ficar sozinhos sem supervisão. Deste jeito, a relação só tem a ganhar. Este é o nosso caso.

    Beijos!

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