Vou escrever uma série de matérias aqui sobre crianças/bebês e cães.
É comum ouvirmos a famosa frase: "Estamos esperando um bebê e não sei o que fazer com meu cão. E agora?". O interessante é que o cão vive com ela há anos e, por que já mudou em relação a ele? Sei que muitas vezes a dúvida nem parte do casal: mas sim de parentes, amigos e inclusive de médicos e livros que começam a dar palpites e colocar medos e mais medos nestas pessoas. O que mais se escuta ou lê por aí, quando anunciamos a gravidez é: "livre-se do cão, ele transmite doenças para o bebê!", "ele vai atacar o bebê achando que é outro bicho", "vocês estão loucos! Imagine o trabalho em ter filho e cão ao mesmo tempo!".
Acredite: ouvimos estas frases inúmeras vezes. Inclusive deixamos de comprar livros sobre gravidez que falavam explicitamente: livre-se do seu animal, qualquer que seja ele. Livros assim são um desserviço!!
Quando decidimos ter um cão, devemos ser totalmente responsáveis por ele, sabendo que um dia teremos filhos, e cuidar dele até ele passar para a ponte do arco-íris. A vida está sempre mudando e não é ético nos livrarmos de nossos cães simplesmente porque vamos ter um bebê ou nos mudar. Não foram eles que escolheram morar conosco, e sim nós que escolhemos levá-los para compartilharmos a vida.
Minha família não são somente os humanos: os animais estão aí incluídos. Quando acontece algo que mude nossas vidas, nos adaptamos para que todos possamos viver bem: humanos e não-humanos.
Que tal então nos adaptarmos à chegada do bebê?
Primeiro de tudo, cuide da higiene. Escove o cão (ajuda a retirar os pelos mortos), banhe-o (não mais que uma vez na semana - o ideal é dar o menor número de banhos possível, dependendo do cão) e cuide de sua saúde.
Agora que o bebê chegou, deixe que ele cheire-o. Não há nada de errado em ele querer conhecer o mais novo membro da família. Se isolarmos o cão do bebê, aí sim os problemas podem começar, porque ele deixará de receber atenção a maior parte do tempo e associará isso com a chegada do bebê. A chegada do bebê e a sua presença devem ser algo extremamente bom para o cão! Quando você estiver com o bebê (trocando fralda, dando banho, amamentando), deixe o cão por perto, faça carinho, ofereça petiscos, interaja com ele também.
Haja normalmente, mude o menos possível a rotina. Seu cão tem costume de passear? Passeie com ele e com seu filho. Será um momento especial para ambos! Acredite: minhas meninas adoram passear juntas e é um momento especial em família. E as duas gostam de andar! No começo a Lê ia no sling, porque eu não gosto de andar de carrinho... risos.
Quanto à transmissão de doenças, é muito mais fácil seu filho pegar uma doença de alguém que foi à sua casa, dos amiguinhos da escola e nos passeios. Ou seja: é mais fácil ele pegar doenças de humanos do que do cão da família. Aliás, uma ótima notícia: o contato desde cedo com animais de estimação estimula o sistema imunológico do seu filho, tornando-o menos suscetível a alergias e problemas respiratórios.
Mas nunca se esqueça: supervisão SEMPRE!! Por mais dócil que seja o cão, ele é um cão. Não só ele pode machucar seu filho, como seu filho também pode machucar o cão.
Sempre premie o cão por se comportar bem perto do seu filho. Um bom treino para se fazer é o da caminha (clique aqui para saber como fazê-lo).
O convívio cão x criança tem tudo para dar certo quando fazemos o que é certo!